Together We Protect

8 dezembro 2023

Os aquários em todo o mundo funcionam como guardiões da vida marinha, abrigando uma variedade de espécies de elasmobrânquios no seu compromisso com a conservação e o bem-estar dos seus residentes. No entanto, equilibrar a coabitação de predadores naturais como tubarões junto de outros peixes sem incentivar instintos predatórios representa um desafio significativo.

O departamento Oceanus no Zoomarine Algarve embarcou num estudo para desvendar os comportamentos predatórios de três espécies distintas de elasmobrânquios — tubarões-de-pontas-pretas (Carcharhinus melanopterus), tubarões-de-pontas-brancas (Triaenodon obesus) e Raias Uge Violeta (Pteroplatytrygon violacea) — num habitat comunitário controlado. Este estudo foi recentemente publicado na revista open-access Journal of Zoological and Botanical Gardens.

A missão? O estudo teve como objetivo principal estudar os comportamentos dessas espécies introduzindo mecanismos de alimentação alternativos:

  1. Determinar o método de alimentação mais favorável para cada espécie, visto que cada espécie tem capacidades fisiológicas e ecológicas diferentes; e qual o período do dia que cada espécie prefere interagir (manhã, tarde, ou noite);
  2. Identificar a forma mais eficaz para estes animais se alimentarem das presas, reduzindo o risco de qualquer predação natural e promovendo comportamentos naturais;
  3. Contribuir para o contínuo aperfeiçoamento dos planos de bem-estar animal.

As ferramentas? Quatro métodos distintos de alimentação — vara, boia curta, boia longa e PVC — combinados com uma seleção de cinco espécies de presas servidas em diferentes períodos do dia.

Os resultados? As revelações foram marcantes. Todos os indivíduos de cada espécies interagiram com todos os métodos de alimentação, no entanto, surgiram padrões marcantes. A Gioconda, Alice e Maga (as três raias Uge Violeta) demonstraram um interesse distinto pelo método da vara. Enquanto o Sharky (tubarão de pontas brancas) mostrou ter dentinhos a favor de peixes ósseos (presas fornecidas como arenque, carapau e cavala) e finalmente a Rosinha e o Sebastião (ambos tubarões de pontas negras) inclinaram-se mais para os cefalópodes como a pota e a lula.

Ao estudar este tipo de comportamento de espécies marinhas, os aquaristas têm importantes informações sobre os comportamentos específicos de cada espécie. Este conhecimento permite-lhes melhorar o bem-estar dessas espécies consoante as suas necessidades e abrem caminho para a evolução de planos de bem-estar dentro do contexto específico do aquário.

Através desta imersão profunda nos comportamentos subaquáticos, os aquaristas esforçam-se para promover um ambiente aquático harmonioso onde os instintos predatórios coexistem perfeitamente com experiências enriquecidas de alimentação. As descobertas do estudo não só enriquecem a nossa compreensão destas espécies fascinantes, mas também oferecem um caminho mais sólido e firme no reino subaquático.

O artigo publicado pelo Departamento do Aquário Oceanus do Zoomarine Algarve pode ser acessado através do link: https://www.mdpi.com/2673-5636/4/4/55

Este artigo é fundamental para compreender melhor o trabalho do Zoomarine Algarve e o seu compromisso com a preservação dos oceanos. Porque juntos, Protegemos!