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28 julho 2022

No passado dia 20 de Julho a tartaruga SALINA regressou ao mar após 13 meses de permanência no Porto d’Abrigo do Zoomarine. Apenas 07 dias volvidos, já nadou 292 quilómetros, o que significa que já se encontra a 239 quilómetros do local onde foi devolvida ao oceano (a 12 milhas náuticas, ou seja, cerca de 22 quilómetros, a sul de Faro), numa tradicional cooperação entre o Zoomarine e a Marinha Portuguesa.

Este magnífico percurso da Salina está disponível, online, a quem o desejar acompanhar (www.seaturtle.org/tracking/?tag_id=236274) e mostra que, em média, este exemplar da espécie Caretta caretta está a nadar cerca de 42 quilómetros por dia. Os sinais parecem mostrar períodos de natação muito activa, alternados com períodos de descanso e/ou de alimentação.

Entretanto, nos últimos dois dias, e contrariando os projectos do passado (03 tartarugas na “Operação Regresso Adiado”, de Julho de 2009, e 01 tartaruga na “Operação Grande Regresso”, de Agosto de 2019), a Salina decidiu atravessar o Estreito de Gibraltar e entrar no mar Mediterrânico. Tal incursão poderá ser um mero acaso ou poderá significar que este espécime pertence a uma população da região, pelo que este percurso poderá ser um “regresso a casa”.

O equipamento KiwiSat Argos que se prevê que fique acoplado à sua carapaça durante cerca de 02 anos, continua a recolher imensos dados e possui um sensor que determina quando se encontra à superfície – altura em que tenta localizar satélites e descarregar os dados recolhidos; assim, e caso tudo decorra como previsto, o aparelho deverá ter bateria suficiente para 13 a 15 meses de actividade, pelo que se espera que as próximas semanas nos permitam perceber muitos mais detalhes do percurso deste quelónio.

Os riscos à sobrevivência da SALINA continuarão a ser diários – e para sempre; mas fazem parte de uma vida autónoma de uma tartaruga em mares tão preenchidos de actividades humanas. A nossa equipa continuará preocupada – mas confiante!

Força, Salina! Que essas barbatanas te levem tão longe quanto precisas e como a tua espécie precisa. Ainda que cada vez mais longe, continuamos contigo…

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